Murilo, 14 anos: “Mestre? Não lembro... Ah, se for aquele de óculos é o mais inteligente. Ele manda nos outros.”
Isabela, 9 anos: “não lembro. Tem o Zangado, o Atchim, o Soneca, o pequenininho que não fala (não lembro o nome dele). É o de óculos? Eu não lembrava o nome dele.
O mestre é gordinho e usa óculos. Ele tem um jeito inteligente.
Não lembro mais nada dele, mas fiquei com vontade de assistir Branca de Neve.”
Outras crianças nem sabiam quem era Branca de Neve. Acho que esta geração não está muito para histórias infantis.
A partir do momento que eu mesma não lembro mais como eram os anões, decidi fazer uma pesquisa sobre os nomes desses pequeninos e então descobri que a origem do conto é controversa. É possível ter iniciado na Idade Média e se mantido pela tradição oral. Os Irmãos Grimm, em sua compilação dos vários contos através da Alemanha, publicaram a versão mais conhecida na época, e essa se tornou, com o tempo, a mais divulgada. Nessa história os anões não tem nomes.
Anões com nomes vieram pela primeira vez na versão para a Broadway em 1912, foi quando eles ganharam os nomes de Blick, Flick, Glick, Snick, Plick, Whick and Quee. Os nomes que conhecemos, porém, só foram usados quando a Disney, em 1973, lançou o filme com os nomes segundo a personalidade de cada personagem.
Mestre, em inglês é Doc, uma abreviação de doctor (doutor). É o anão mais velho, o primeiro da fila, o comandante, o que dá as ordens. Ao ser chamado de Mestre, o anão passa a ideia daquele que além de conhecer, ensina. É o único anão que usa óculos, objeto símbolo, algumas vezes, da sabedoria.
Zangado, em inglês, Grumpy, que significa rabugento, queixoso,
Dengoso, que é Bashful em inglês (acanhado, tímido, envergonhado).
Soneca, vem de Sleepy em inglês (sonolento)
Atchim é Sneezy em inglês (aquele que espirra)
Feliz foi traduzido de Happy, uma tradução literal.
Dunga é Dopey em inglês. É o ingênuo e atrapalhado, diferenciando-se dos demais anões, porque é o único que tem olhos azuis, não tem barba e tem orelhas enormes.
Como toda boa história, esta também é cheia de simbologia, valores sociais ou humanos, acredito que seja por isso mesmo que a Disney resolveu dar nomes para os anões.
Segundo o site
http://eduq.wordpress.com/simbologia-das-historias-infantis/
“A Branca de Neve nada mais é do que o nosso aspecto puro e essencial, ingênuo e isento de malícia ou interesses. Os sete anões são desdobramentos da nossa personalidade, ou seja,mais ou menos presente nas nossas características pessoais. Cada um deles representa facetas de como lidamos com essa realidade: de forma mau humorada (Zangado), o hipocondríaco (Atchim), o emocional (Dengoso),o intelectual (Mestre) entre outros. O príncipe é a busca do ser humano em encontrar a perfeição, o seu outro lado, o que nos completa. A madrasta ou bruxa representam o nosso lado sombrio, os boicotes que tramamos para nós mesmos, para que deixemos de lado a Branca de Neve do nosso ser. A madrasta também representa a vaidade, a competição a qualquer preço. O espelho falante é a nossa consciência, que reflete o que somos, os nossos pensamentos e desejos. A maçã representa as nossas tentações, aquilo que nos identificamos e com isso perdemos a consciência, a conexão com a vida –a Branca de Neve desmaia e só desperta à vida quando recebe o beijo de seu amado.”
Voltando ao Mestre, segundo o que li, ele é o exemplo de um bom líder. Atencioso, calmo, paciente, liderando com sabedoria e não pela força ou pelo medo. Uau, acho que temos muito que aprender com este sábio pequeno anão de uma história infantil.
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