terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Brasileiros versus franceses

Outro dia estava num restaurante e na mesa ao lado tinha um família de franceses, que reconheci pelo sotaque, com três crianças. Depois de alguns minutos chegou à mesa ao lado uma outra família que tinha duas crianças. As crianças começaram a brincar ao redor da mesa e por coincidência a família também era francesa. Então comecei a prestar atenção como eles reagiam. Cada casal falava com seus filhos em francês, então claro que eles viram logo de cara que eram do mesmo país. Fiquei esperando para ver quando eles iriam se cumprimentar e perguntar quanto tempo eles moram nos Emirados, etc. Mas cada família acabou de comer, saiu do restaurante e nem ao menos disse oi à família conterânea que estava ao lado.

Fiquei imaginando se àquelas famílias fossem brasileiras como elas se comportariam.
Família brasileira 1 está num restaurante e logo chega a família brasileira 2, que por coincidência senta-se na mesa ao lado. Crianças começam a brincar.

- Juliana, não corra em volta da mesa! – diz a mãe brasileira 2.
- Oi, vocês são brasileiros? - pergunta a mãe brasileira 1.
- Somos, e vocês de onde são? - pergunta a mãe brasileira 2
- Somos do ”lugar X” , diz a mãe brasileira 1.
- Ah, quanto tempo vocês estão aqui? - pergunta a mãe brasileira 1.
E por aí vai. No final da conversa, elas já trocaram telefone, e-mail e saem como se fossem as melhores amigas do mundo.

Fiquei pensando na diferença entre os brasileiros que conheço aqui e estas famílias de franceses.
1. Será que os franceses sabem melhor respeitar a privacidade alheia?
2. Será que os franceses não querem fazer amigos?
3. Será que os franceses são tímidos?
4. Será que os franceses são antipáticos?
5. Será que os brasileiros necessitam de amizades com conterâneos mais do que os estrangeiros?
6. Será que os brasileiros são mais simpáticos?
7. Será que os brasileiros não sabem respeitar a privacidade alheia?

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Mestre

Pedi à minhas amigas para perguntarem a seus filhos quem era o Mestre na história da Branca de Neve, mas muitas das crianças não sabiam e as poucas que responderam disseram:

Murilo, 14 anos: “Mestre? Não lembro... Ah, se for aquele de óculos é o mais inteligente. Ele manda nos outros.”
Isabela, 9 anos: “não lembro. Tem o Zangado, o Atchim, o Soneca, o pequenininho que não fala (não lembro o nome dele). É o de óculos? Eu não lembrava o nome dele.
O mestre é gordinho e usa óculos. Ele tem um jeito inteligente.
Não lembro mais nada dele, mas fiquei com vontade de assistir Branca de Neve.”
Outras crianças nem sabiam quem era Branca de Neve. Acho que esta geração não está muito para histórias infantis.

A partir do momento que eu mesma não lembro mais como eram os anões, decidi fazer uma pesquisa sobre os nomes desses pequeninos e então descobri que a origem do conto é controversa. É possível ter iniciado na Idade Média e se mantido pela tradição oral. Os Irmãos Grimm, em sua compilação dos vários contos através da Alemanha, publicaram a versão mais conhecida na época, e essa se tornou, com o tempo, a mais divulgada. Nessa história os anões não tem nomes.

Anões com nomes vieram pela primeira vez na versão para a Broadway em 1912, foi quando eles ganharam os nomes de Blick, Flick, Glick, Snick, Plick, Whick and Quee. Os nomes que conhecemos, porém, só foram usados quando a Disney, em 1973, lançou o filme com os nomes segundo a personalidade de cada personagem.

Mestre, em inglês é Doc, uma abreviação de doctor (doutor). É o anão mais velho, o primeiro da fila, o comandante, o que dá as ordens. Ao ser chamado de Mestre, o anão passa a ideia daquele que além de conhecer, ensina. É o único anão que usa óculos, objeto símbolo, algumas vezes, da sabedoria.
Zangado, em inglês, Grumpy, que significa rabugento, queixoso,
Dengoso, que é Bashful em inglês (acanhado, tímido, envergonhado).
Soneca, vem de Sleepy em inglês (sonolento)
Atchim é Sneezy em inglês (aquele que espirra)
Feliz foi traduzido de Happy, uma tradução literal.
Dunga é Dopey em inglês. É o ingênuo e atrapalhado, diferenciando-se dos demais anões, porque é o único que tem olhos azuis, não tem barba e tem orelhas enormes.

Como toda boa história, esta também é cheia de simbologia, valores sociais ou humanos, acredito que seja por isso mesmo que a Disney resolveu dar nomes para os anões.

Segundo o site
http://eduq.wordpress.com/simbologia-das-historias-infantis/
“A Branca de Neve nada mais é do que o nosso aspecto puro e essencial, ingênuo e isento de malícia ou interesses. Os sete anões são desdobramentos da nossa personalidade, ou seja,mais ou menos presente nas nossas características pessoais. Cada um deles representa facetas de como lidamos com essa realidade: de forma mau humorada (Zangado), o hipocondríaco (Atchim), o emocional (Dengoso),o intelectual (Mestre) entre outros. O príncipe é a busca do ser humano em encontrar a perfeição, o seu outro lado, o que nos completa. A madrasta ou bruxa representam o nosso lado sombrio, os boicotes que tramamos para nós mesmos, para que deixemos de lado a Branca de Neve do nosso ser. A madrasta também representa a vaidade, a competição a qualquer preço. O espelho falante é a nossa consciência, que reflete o que somos, os nossos pensamentos e desejos. A maçã representa as nossas tentações, aquilo que nos identificamos e com isso perdemos a consciência, a conexão com a vida –a Branca de Neve desmaia e só desperta à vida quando recebe o beijo de seu amado.”

Voltando ao Mestre, segundo o que li, ele é o exemplo de um bom líder. Atencioso, calmo, paciente, liderando com sabedoria e não pela força ou pelo medo. Uau, acho que temos muito que aprender com este sábio pequeno anão de uma história infantil.

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