domingo, 27 de novembro de 2011

Escravos da era moderna (parte II)


Você já pensou que poderá estar comprando um produto fabricado por um escravo?

A rede de televisão Al Jazeera está mostrando uma reportagem sobre os escravos do mundo moderno. Na edição do dia 23 de novembro, o programa foi sobre o sistema Laogai, uma abreviação de Laodong Gaizao, que significa reforma pelo trabalho, um sistema de justiça chinês que se refere a trabalho forçado nas prisões da China. Estima-se que nos últimos 50 anos mais de 50 milhões de pessoas passaram pelas “fazendas” Laogai (assim chamadas esse tipo de prisão).[

A primeira vista podemos pensar que este é um ótimo sistema para fazer os criminais trabalharem em vez de ficarem à toa. Infelizmente, esses “criminais” são em sua maioria presos políticos e religiosos. A reportagem diz que cerca de cinco milhões desses prisioneiros são da seita Falun Gongm, um movimento espiritual banido na China, mas há também, é claro, cristãos de igrejas que não são aceitas pelo governo Chinês.

E é aí que a crítica contra o sistema se fundamenta. Além de pagarem míseros salários aos trabalhadores chineses, o que faz com que os manufaturados de outros países não consigam competir com os chineses. Os trabalhadores da China ganham a metade do que os brasileiros. Um metalúrgico em Jundiaí-SP recebe em torno de R$ 1.000,00, já um metalúrgico na China ganha o equivalente a R$ 500,00 (2,000 yuan). Dado da Foxconn (empresa que fabrica IPhone and IPad na China) e que gostaria de se implantar em Jundiaí, mas não poderá ter a mesma competitividade de sua fábrica na China por causa dos preços da mão-de-obra no Brasil.) Mas isto é assunto para outro post.

Voltando ao caso dos escravos. Não somente a China paga mal aos seus trabalhadores, como também utiliza mão-de-obra escrava para produzir produtos, que incluem desde chá verde, até mecânica pesada para as indústrias, à extração de minérios. Lembra-se dos filmes onde os prisioneiros quebram pedras?

Os Estados Unidos é um dos maiores mercados da China. Quando morei lá fazia questão de verificar onde era feito cada produto que eu comprava e concluí por alto que seria em torno de 90% os fabricados na China. Na reportagem, um ex-prisioneiro identificou produtos feitos em sua prisão, slippers (chinelos) com a caricatura do Homer Simpson, famoso desenho americano.

A questão aqui não é o trabalho nas prisões -- pois mesmo os Estados Unidos utilizam seus prisioneiros para fabricarem produtos que são comercializados no mercado. Um exemplo bem conhecido é a manufatura de placas de carro --, mas sim da utilização de mão-de-obra de pessoas que deveriam estar livres, pois não colocam a sociedade em risco.

O lucro de todos os produtos fabricados nas prisões Laogai vai diretamente para o próprio governo comunista da China que é o “proprietário” das “fazendas”.

Para saber mais, veja o vídeo:
www.aljazeera.com/.../slaverya21stcenturyevil/.../2011...

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