domingo, 5 de agosto de 2012

Sol que te quero

Você já fugiu do sol com medo de contrair alguma doença de pele ou simplesmente para evitar manchas de sol na pele?

Cresci na época das propagandas de filtros solares para proteger a pele e com a noção de que devia me proteger do sol por causa das conseqüências dos raios ultravioletas. Assim que pude, comecei a utilizar filtro solar toda vez que saía de casa e lembro-me que na época o fator 15 era o mais alto. Atualmente existe até fator 100.

Nas vezes que estive na Austrália achei interessante como eles se protegem do sol, como, por exemplo, com chapéu, que é um item obrigatório no uniforme escolar. Com maior incidência de câncer de pele no mundo, entendemos como este país procura proteger, principalmente suas crianças dos efeitos nocivos do sol. A Austrália leva tão a sério a proteção do cidadão, que o governo até possui um site de alerta de UV ( www.bom.gov.au ).

Minha mãe que cresceu na roça nunca pode se preocupar em se proteger do sol, e eu vivia chamando sua atenção para tomar cuidado, passar filtro solar e usar chapéu. Agora com 78 anos ela usa filtro solar e não sai sem chapéu.

Pele clara, sinal de nobreza
Na época do descobrimento do Brasil, o símbolo de beleza e status era uma pele muito branca.  As européias faziam de tudo para não se parecerem com os campesinos, cuja pele era mais escura devido ao intenso trabalho debaixo do sol. Algumas mulheres iam ao extremo ao utilizar um creme à base de chumbo e arsênico, chamado ceruse, para clarear a pele.

Atualmente as asiáticas fazem de tudo para manter ou obter uma pele clara imaculada. Quando estive nos países asiáticos conheci uma sociedade consumidora de cosméticos para clarear a pele e um grande ênfase em se proteger do sol. No Oriente Médio atualmente cada vez mais produtos de clareamento são disponíveis nas linhas das grandes marcas de cosméticos francesas e americanas para atender este mercado que cresce cada vez mais.
Conheci uma garota de Taiwan que só anda com sombrinha e usa blusa de manga comprida quando sai na rua. Até para ir à praia ela usa manga comprida e chapéu mesmo dentro da água.

Sol e Vitamina D
Toda essa introdução para falar que atualmente aprendi do perigo de não tomarmos sol adequadamente. Nesta parte do mundo onde vivo, a falta de vitamina D vem crescendo de forma alarmante, e no mundo todo, principalmente naqueles que trabalham o dia todo dentro de um escritório, nas crianças e adolescentes que passam longas horas na frente da televisão ou do computador, até aqueles que simplesmente decidiram que querem ter uma pele clara e livre de qualquer mancha de sol.

Confesso que sempre tiver pavor de manchas no rosto e toda vez que tinha que andar no sol me protegia com chapéu e filtro solar. Vivo num país onde sol não falta, mas é tão quente que todo mundo se protege dentro de casas, shoppings e carros com vidro escuro e ar condicionado. O chocante é que 90% das pessoas morando nos Emirados Árabes e na Árabia Saudita são deficientes em vitamina D. Até mesmo à praia só vou depois das cinco da tarde e piscina quando há sombra.

Há muito tempo comecei a ter dor nos ossos do quadril e nos músculos da coxa, depois de fazer osteopatia e consultar diferentes médicos, recentemente uma médica checou meu nível de Vitamina D e para meu espanto estava em 14ng/ml (o nível normal é entre 50 a 100ng/ml), ou seja alto grau de deficiência.
Agora tenho que tomar suplemento de vitamina D3 (melhor que D2 que é sintética). Tomei uma dosagem alta durante oito semanas e já vi a diferença. O mais surpreendente é que essa vitamina é facilmente assimilada em apenas 15 minutos de exposição direta ao sol por dia sem filtro solar.

Até a Austrália já reduziu sua recomendação de fator máximo de proteção solar de cremes e está incentivando as pessoas a tomar 15 minutos de sol sem proteção solar.

A vitamina D tem uma atuação super importante na proteção do sistema imunitário. Além de ajudar na assimilação do cálcio para proteger os ossos, ela reduz o risco de infecções como gripe e até tuberculose, diminui em 50% o risco de desenvolvimento de câncer do seio, câncer do cólon e também de ataque cardíaco, além de dores musculares e nas articulações.

Felizmente enquanto escrevia este texto aprendi que a assimilação da Vitamina D através do sol é feita exclusivamente entre 10h e 15 horas, horário que todos os dermatologistas urgem para evitarmos a exposição solar. Sem conhecimento, estava fazendo um esforço para tomar um pouco de sol no finalzinho da tarde nos finais de semana.

Concluo, portanto, que o melhor momento é no horário do almoço e 15 minutos expondo os braços, rosto e pernas ao sol não manchará nossa pele nem nos colocará em risco de câncer, mas nos dará um ar saudável e nos protegerá de doenças. Infelizmente eu tenho somente 30 minutos de pausa para o almoço e não há nenhum local para andar ou simplesmente sentar no sol onde trabalho. Vocês que podem, aproveitem!




Um comentário:

Lucimara Fernandes disse...

Oi Marli!!!
Que saudade!
Adorei o seu texto! Muito instrutivo e importante para todos nós! Eu, normalmente, não curto ficar exposta ao sol, porque não gosto de calor, mas no inverno, eu sempre procuro ficar ao sol, no meu intervalo para o lanche, para me aquecer... A partir de agora, ficarei mais atenta mesmo no verão.
Um grande beijo!

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